Reflexão dos estudos do Módulo 1 da Dimensão Social do Curso Design Para Sustentabilidade do Gaia Education, que aborda o tema 'Construindo comunidade e abraçando a diversidade'.
São tantos pensamentos diante desse frutífero estudo que confesso ser um desafio
concatenar as ideias numa clara, simples e inspiradora redação. Minha visão empática e
coletiva ganhou um novo status e tenho plena convicção de que não será o mesmo ao final
desta Dimensão.
Aprofundar-me nos principais elementos de um design social me serviu tanto como fonte de inspiração pessoal como combustível para ampliar os propósitos dos meus atuais e futuros
projetos de vida, que têm como objetivo maior proporcionar transformações pelo bem-estar de todas as espécies que habitam a Gaia conosco.
Acredito que o segredo para uma harmônica e salutar convivência em comunidade e/ou
sociedade, está em sermos empáticos e compassivos uns com os outros, tratando cada ser
(humano ou não) como ELE gostaria de ser tratado e não como nós gostaríamos, vejo o
respeito como base fundamental de toda relação. A leitura desse módulo me fez refletir sobre essas questões e, principalmente, sobre o espírito cooperativo, pois como foi enfatizado
“precisamos reinventar, de maneira consciente, jeitos colaborativos e harmoniosos para vivermos e trabalharmos juntos”.
Nesse contexto, recordei-me de um Documentário que muito me marcou. “I AM” conta a
história de Tom Shadyac, um diretor de sucesso em Hollywood, que após um acidente que lhe causou um perigoso ferimento na cabeça, experimenta uma jornada para tentar descobrir e responder duas questões básicas que devemos nos fazer a todo momento: “O que está errado no mundo?” e “O que podemos fazer sobre isso?”
O filme expande a nossa mente para problemas essenciais e nos mostra que a solução para
os dilemas do mundo está bem à nossa frente o tempo todo – COOPERAR. Ajuda-nos a
reposicionar o sentido de vida e nos faz refletir se esse sentido é mesmo competir ou
cooperar; mostrando-nos, de maneira inspiradora, a necessidade de ‘abraçar a diversidade’
para construir uma humanidade capaz de prosperar.
Desde então, venho renovando minhas sementes de pensamentos sobre essas questões
sinergéticas e incorporando-as em meus projetos, que embora, inicialmente, não tenham a
finalidade específica de criar uma ‘comunidade intencional’, mas têm a grande missão de
sensibilizar o ser humano, considerado este como uma ‘partícula’ tão importante em qualquer
comunidade, vez que as escolhas e atitudes pessoais inevitavelmente se relacionam com o
todo, colorindo o campo de grupo.
Sendo assim, neste momento, o meu grande desafio é transmitir de maneira eficaz os
pensamentos de ‘comum+unidade’ para todos que chegam às mensagens do meu trabalho,
de modo que as escolhas de cada indivíduo possam ser sensibilizadas pela visão da
sustentabilidade e do respeito, para construirmos uma realidade dinâmica, viva e em
constante evolução.
Nos estudos desse módulo, alguns pontos me chamaram bastante atenção, entre eles o
trabalho de bordas, o campo do grupo, o modo de abraçar a diversidade, a maneira de
enxergar as vulnerabilidades como instrumentos de conexão e empatia, e especialmente a
didática sobre como encontrar e compartilhar a ‘visão’, que se apresenta por meio de um
conceito me tocou profundamente.
Todas as nossas escolhas diárias, por mais simples que sejam, têm um grande impacto
econômico e ambiental que em muito ultrapassam as esferas individual e familiar. Então
busco, através da comunicação e do exemplo pessoal, sensibilizar seres humanos a pensar
sobre os impactos das suas escolhas e ações, para que através de pequenas mudanças
possamos contribuir para o bem-estar comum.
Com escolhas conscientes e respeitosas vivemos de um jeito colaborativo, agindo localmente, mas pensando globalmente. No Design Pessoal, que é um dos meus projetos que me fez buscar o Design Para Sustentabilidade, age-se no “eu”, mas em conexão com o todo. É o agir na sua imagem, com ética e responsabilidade, construindo um design pessoal que reflete uma visão de mundo harmônica, compassiva e sustentável.
Destacou-se ao longo do módulo que:
“com indivíduos empoderados, podemos construir pontes de bem-estar e vivenciar o poder transformador da ação coletiva construtiva”.
O design é o “primeiro sinal da intenção humana” (William McDonough), e é assim que vejo o
Design Pessoal, como um reflexo da visão interna do indivíduo, que pode expressar suas
belezas - verdades e vulnerabilidades - de maneira consciente e espirituosa. O modo como
nós criamos o design de nossa visão, missão e objetivos na vida é um aspecto crucial para o
processo de harmonia nos relacionamentos.
Gosto do trecho que diz que:
“devemos ter em mente que a visão é sempre uma resposta ao presente, uma expressão do que queremos criar, de como queremos moldar nossa realidade e assumir responsabilidade pelo futuro que está surgindo [...] o processo de visão coletiva está focado na intenção e trata-se de um processo contínuo, que nunca será finalizado totalmente”.
Esse conceito é muito semelhante ao do processo do Design Pessoal, que tem como um dos
seus fundamentos a arte-ciência do Visagismo Philip Hallawell, em que o profissional visagista
precisa dominar os princípios da harmonia e estética e saber expressar uma intenção
visualmente, partindo da pergunta: “O que você deseja expressar através da sua imagem?”.
Estimula-se a reflexão e um processo de autoconhecimento que permitirá o indivíduo
encontrar uma intenção, que será transformada numa imagem com harmonia e estética, e não meramente intuitiva. Mas além disso, acredito que a nossa imagem é também reflexo das
nossas escolhas e ações que, por sua vez, devem ser éticas e sustentáveis.
Fazendo analogia, creio que a “visão” do indivíduo deve ser clara, simples e inspiradora,
assim como a visão de uma comunidade, pois, “a forma mais eficaz de mudar o mundo é
mudar a nós mesmos". É nisso que venho me empenhando tanto pessoalmente quanto
através dos meus trabalhos (Bloguesia e Design Pessoal) que, embora não sejam uma
comunidade intencional, têm a grande missão de sensibilizar seres humanos e, assim,
colaborar para o processo de transformação da grande ‘comunidade’ a que pertencemos.
Então uma das atitudes que pretendo adotar de imediato, é adicionar os princípios de
comunidade aos meus projetos em andamento, a fim de fortalecer a mensagem sobre a importância de “redescobrir a beleza, a natureza compassiva e o poder inato dos seres humanos”, de modo que a vida dos que estejam ao alcance das minhas mensagens, se torne mais coerente e inspiradora, pois acredito que:
“podemos escolher, de maneira consciente e intencional, relacionamentos pacíficos e produtivos, ao invés de deixarmos nossas relações aos caprichos do acaso”.
Também não posso deixar de destacar que este estudo me permitiu enxergar com um olhar
mais sensível e ‘comunitário’ outro projeto que tenho guardado há quase uma década e que
pretendo concretizar em um futuro próximo. Trata-se de um espaço coworking onde aplicarei
os ‘valores’ de formação de uma comunidade intencional numa estrutura sustentável e
inovadora, com a finalidade de trazer às empresas e consumidores esse espírito sinergético,
transformando as relações de ‘consumo’ em honestas e verdadeiras experiências de
aprendizados.
Por fim, sigo acreditando que criar um Design Pessoal (que é a menor partícula do Design
Social), deve partir da valorização da beleza interior com suas vulnerabilidades, do respeito à
todas as formas de vida com suas respectivas diversidades, do viver em harmonia com a
natureza e o espírito, acreditando em suas qualidades únicas, desenvolvendo o seu potencial,
adquirindo conhecimentos e habilidades, realizando autoavaliações, expressando suas
necessidades e praticando escolhas conscientes, por um mundo mais justo num belo contexto de empatia e sustentabilidade.
Taiara Desirée
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