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eco-vegan lifestyle

Foto do escritorMurilo Meireles

DIETA VEGETARIANA ESTRITA E A NÃO RECOMENDAÇÃO MÉDICA

Por que a maioria dos médicos não recomenda uma dieta vegetariana estrita para seus pacientes?




Profissionais de saúde são consideradas fontes seguras de informação quanto à nutrição, contudo, mais da metade dos graduandos em medicina nos EUA classificam seu conhecimento inadequado e alguns estudos já evidenciaram que tanto estudantes quanto médicos possuem conhecimento subótimo em relação à nutrição.


Nos EUA recomenda-se que o curso de medicina possua ao menos 25 horas reservadas à nutrição. Em 2010, foi realizado um estudo avaliando 105 faculdades de medicina e o tempo dedicado à nutrição.


Segundo a pesquisa, a carga horária média dedicada à nutrição nessas instituições foi de 19,7 horas, sendo que apenas 27% cumpriam o mínimo recomendado. Apenas 24% tinham uma matéria específica de nutrição dentro do curso, sendo esse conteúdo diluído em outras áreas, como um adendo, não dando a devida atenção e importância como componente central da medicina moderna. 79% dos instrutores concordaram que os estudantes precisavam de mais horas dedicadas à nutrição.


Devido a essa falta de treinamento específico, um Projeto de Lei foi criado em 2011, na Califórnia, com o intuito de tornar obrigatória uma atualização continua em nutrição para médicos. O curso teria uma carga horária de sete (07) horas a cada quatro (04) anos. Diversas associações médicas se opuseram, Associação Médica da Califórnia, Associação de Médicos de Família, ortopedistas etc. A principal justificativa: falta de tempo.


No Brasil, se analisarmos as diretrizes curriculares, as palavras “nutrição”, “alimentação” ou "dieta", sequer são citadas. Talvez esse conceito esteja contido na prevenção e “estilo de vida saudável”.

A alimentação é fator primordial na prevenção, controle e até mesmo reversão das principais doenças da atualidade, doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade e diversos tipos de câncer. Devido à sua extrema relevância deveria ser explicitamente citada em diretrizes curriculares e valorizada com cargas horárias a altura desse vasto campo de conhecimento.


Sem conhecimento científico, os aconselhamentos nutricionais tornam-se opinião pessoal, senso comum, o que pode ser extremamente danoso à saúde. Considere o veganismo!


Dr. Murilo Vieira Meireles

CRM SP 215645



Referências:


1-Parker WA, Steyn NP, Levitt NS, Lombard CJ. 2011. They think they know but do they? Misalignment of perceptions of lifestyle modification knowledge among health professionals. Public Health Nutr. 2011 Aug;14(8):1429-38.


2-National Academy of Sciences. 1985. Nutrition Education in U.S. Medical Schools.


3-Adams KM, Lindell KC, Kohlmeier M, Zeisel SH. Status of nutrition education in medical schools. Am J Clin Nutr. 2006 Apr;83(4):941S-944S.


4- Adams KM, Kohlmeier M, Zeisel SH. Nutrition education in U.S. medical schools: latest update of a national survey. Acad Med. 2010 Sep;85(9):1537-42.

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