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  • Foto do escritorIsabella Muniz

ECO-ANSIEDADE: O EFEITO DA CRISE CLIMÁTICA NA SAÚDE MENTAL

A ansiedade em torno das questões ambientais pode derivar da consciência de um risco crescente.



Em tempos de crise, é comum sermos invadidos por inúmeras emoções e sentimentos de insegurança desencadeados pelo medo do futuro que pode levar a sensação de impotência e falta de controle diante de um cenário catastrófico. Quando falamos sobre natureza e crise climática, não é diferente. De acordo com uma pesquisa realizada em 2018, quase 70% das pessoas nos Estados Unidos estão preocupadas com as mudanças climáticas, e cerca de 51% se sentem “indefesos”. Ou seja, você não está sozinha (o) (e)!


A ansiedade em torno das questões ambientais pode derivar da consciência de um risco crescente de eventos climáticos extremos, perdas meios de subsistência ou moradia, temores pelas gerações futuras, familiares em lugares de risco e sentimentos de impotência.


Em 2017, a Associação Americana de Psiquiatria (APA) descreveu a eco-ansiedade como “um medo crônico de destruição ambiental”. A eco-ansiedade não afeta a todos de forma equânime, há populações que estão exponencialmente mais vulneráveis às mudanças climáticas do que outras. Os efeitos imediatos das mudanças climáticas — como danos a grupos comunitários, perda de alimentos e redução da segurança do suprimento médico — podem causar danos graves à saúde mental das pessoas.


Os efeitos colaterais da crise climática já são bem conhecidos, como alteração do nível do mar, mudança dos padrões do clima, degradação ambiental, extinção de espécies, entretanto, como isso impacta na saúde mental?

A APA aponta que uma mudança climática pode afetar saúde de várias maneiras e se manifestam como:


• trauma e choque

• transtorno de estresse pós-traumático (TEPT)

• ansiedade

• depressão

• abuso de substâncias

• agressão

• sentimentos reduzidos de autonomia e controle

• sentimentos de desamparo, fatalismo e medo


Uma perda ou ameaça à segurança do emprego ou meios de subsistência pode também ter efeitos significativos na saúde mental. Por exemplo, uma catástrofe ambiental (incluindo furacões, secas e incêndios florestais) pode afetar drasticamente pessoas e comunidades inteiras. Especialmente aquelas que necessitam diretamente da natureza como meio de subsistência — como algumas populações ribeirinhas, povos indígenas, pequenos agricultores e o turismo local.


Estão surgindo evidências científicas de que as pessoas estão começando a experimentar ansiedade extrema ou crônica porque sentem que não podem controlar os problemas ambientais, especialmente as mudanças climáticas. Ou seja, o estresse crônico ou grave, seja qual for a causa, pode aumentar o risco de vários problemas de saúde, este inclui doenças cardíacas, pressão alta e depressão.




Afinal, como eu sei se sofro de eco-ansiedade?


No momento, ainda não existe uma definição médica de eco-ansiedade. Os profissionais de saúde mental podem, em vez disso, descrever como uma sensação crônica de destruição ambiental, geralmente baseada sobre sentimentos de impotência em relação aos danos ambientais ou mudanças climáticas. Porém se a pessoa perceber que as preocupações e problemas ambientais interferem em sua vida cotidiana, na capacidade de trabalhar ou sua capacidade de cuidar de si mesma, ela deve procurar ajuda com um profissional especializado em Ecopsicologia o mais breve possível.



Sendo assim, como EcoPsicóloga, tenho algumas sugestões para não agravar o quadro da eco-ansiedade:

  • Evite consumir demasiadas notícias sobre desastres ambientais

  • Procure fazer parte de coletivos que se empenham a promover mudanças, para assim, transformar o sentimento de impotência e de fato contribuir para a melhoria dos problemas ambientais;

  • Mantenha alguns hábitos ecológicos: como reciclagem, compostagem, consumir produtos eco-friendly, entre outros.


É através da ação, de uma postura ativa consigo e com o mundo que poderemos vivenciar melhorias significativas. É preciso cultivar o senso de responsabilidade ambiental atrelado ao autocuidado. Pois a natureza é, literalmente, a fonte de vida para todos os seres do planeta, inclusive você humano, que está sofrendo as consequências da destruição do seu próprio habitat.


Antes de tudo, é preciso frisar que somos seres orgânicos, diretamente dependentes da natureza.


As mudanças climáticas geram o desequilíbrio de uma série de sistemas vivos e seus ciclos de reprodução, causando distorções no funcionamento natural dos animais e plantas, que como efeito afetam diretamente a nós homosapiens e nossos meios de subsistência. De onde vem sua comida? O ar que respira? A água que te banha, alimenta e hidrata?


Chegou a hora de tomar responsabilidade e reduzir os danos destes impactos negativos no planeta, para então caminhar junto com a regeneração e sustentabilidade da sua vida e de todos.


Portanto, dê o primeiro passo e procure ajuda com profissionais adequados para auxiliar no seu cuidado pessoal e planetário. Seja a mudança que quer ver no mundo! Aja localmente, pense globalmente.


Com amor,

Isabella Muniz.



Fontes:

Arcanjo, M. (2019). Eco-anxiety: Mental health impacts of environmental disasters and climate change, http://climate.org/eco-anxiety-mental-health-impacts-of-environmental-disasters-and-climate-change/

What to know about eco-anxiety, https://www.medicalnewstoday.com/articles/327354#summary. Acesso em 20/10/2022)

Leiserowitz, A., Maibach, E., Rosenthal, S., Kotcher, J., Ballew, M., Goldberg, M., & Gustafson, A. (2018). Climate change in the American mind: December 2018. Yale University and George Mason University. New Haven, CT: Yale Program on Climate Change Communication.

Understanding Eco-anxiety: A Systematic Scoping Review of Current Literature and Identified Knowledge Gaps, The Journal of Climate Change and Health, Volume 3, 2021, 100047, ISSN 2667-2782, https://doi.org/10.1016/j.joclim.2021.100047.

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