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  • Foto do escritorTaiara Desirée

COMO O VEGANISMO BENEFICIA OS ATLETAS: BATE PAPO COM GUILHERME FIORAVANTI

Atualizado: 12 de abr. de 2020

Guilherme Fioravanti concedeu entrevista exclusiva para o Bloguesia, compartilhou muita experiência sobre a melhora no rendimento físico após o veganismo e vários relatos da sua vida.



Guilherme Fioravanti foi mais uma das pessoas do mundo Vegano que eu tive a oportunidade de conhecer no VegFest 2019, em Brasília. Seu estilo de vida é bem ativo e repleto de positividade. Atleta profissional há mais de 10 anos, já jogou em times fora do Brasil e tem um currículo bem interessante, é vegano, reikiano, medita, pratica Yoga, é Personal Trainer com formação no exterior, já fez curso de massagem, atualmente está cursando Fisioterapia, na São Camilo-SP, e sempre busca o cuidado não apenas com o físico, mas também com a mente, espírito e coração.


Não vou me alongar porque vale a pena conferir a entrevista completa com esse nosso convidado especial, o bate papo está realmente imperdível. Então, sejam bem-vindos a conferir tudo que compartilhamos abaixo e também escutar as respostas do Guilherme, na íntegra, através do Podcast no vídeo ao final do post. Vamos lá?!




TAIARA. Olá Guilherme, obrigada por aceitar o convite e por sua presença aqui o Bloguesia, seja bem-vindo. Para iniciarmos nosso bate papo fala um pouco sobre você, seu estilo de vida e as coisas que mais lhe motivam...


GUILHERME: Oi Taiara, tudo bem? Primeiramente, obrigado pelo convite para participar do Bloguesia, fico muito feliz em participar e ser mais um de tantos outros nomes do mundo Vegano que aqui já passaram. Meu nome é Guilherme Fioravanti, tenho 28 anos, atuei profissionalmente por 10 anos como jogador de futebol, me formei em Personal Trainer em um curso fora do Brasil, assim como massagista e reflexilogista, e também sou formado em Reiki. Eu amo o fato de proporcionar às pessoas ao meu redor o bem-estar através do toque ou do carinho ou das palavras ou da maneira que for. O que me motiva todos os dias é buscar novas maneiras de atingir as pessoas e fazer o bem para elas. Sou uma pessoa que adora esportes, todos os tipos de esportes, principalmente com bola, e uma pessoa muito sonhadora, que apesar de todas as dificuldades e problemas que possam surgir tanto comigo ou ao meu redor, nunca deixa de sonhar nem perder a fé em Deus e acreditar que tudo vai ficar bem. Me considero uma pessoa otimista, amo fazer Yoga, meditar, jogar Futevôlei, encontrar os amigos, e eu acho que isso tudo que falei é um belo resumo de mais ou menos quem eu sou. Sou um cara que acaba sempre se preocupando muito mais até com o outro do que comigo, e eu acho que é isso que me dá alegria todos os dias. E se me permite, eu acho que é esse o sentido... Foi assim que eu descobri o sentido da minha vida!



TAIARA: Você é atleta profissional há mais de 10 anos, e nesse percurso se tornou vegano. Como foi a sua transição? Conta um pouco sobre sua experiência. Há quanto tempo você é vegano? Por que optou pelo veganismo?


GUILHERME: Eu me tornei Vegano há três anos, antes disso eu já tinha deixado de comer carne há mais ou menos 5 anos e meio. Toda a minha transição ocorreu da noite para o dia, então no momento em que eu decidi parar de comer carne, eu parei, e no momento que eu decidi parar de comer os derivados e me tornar Vegano eu também parei. E foi uma transição muito tranquila porque ela veio muito consolidada com a minha consciência do que ocorria com os animais e da minha não conformação e não vontade de continuar contribuindo com algo que eu considerava tão desnecessário e cruel. E quando eu me tornei Vegano eu não imaginei que eu teria todas as opções veganas que eu tenho hoje, eu achei que realmente eu deveria parar de comer sorvete, chocolate, creme de leite, leite condensado, queijo, carne, ovo, e não sabia que existiam tantos substitutos e tantas maneiras de fazer as mesmas versões das comidas que regularmente são feitas, mas na versão vegana. Então, minha transição foi gradual, demorou, mas sempre quando eu entrei em contato com a realidade do que ocorria no mundo dos animais, depois no mundo marinho, com relação aos peixes, e depois no mundo dos laticínios e dos ovos, eu, naquele momento, já sabia que eu não queria mais compactuar, então tudo foi muito tranquilo, não foi difícil parar, e eu sempre fui uma pessoa que amou carne, minha comida favorita era o cupim, comia muito ovo, muito queijo, mas a partir do momento que faz o “clique”, você não sente mais falta de nada disso. Sem contar que nossas papilas gustativas demoram três meses para se adaptar, ou seja, depois de três meses você já não sente falta de nada e o detox no seu corpo já tá completo.



TAIARA: Sobre o seu rendimento físico no esporte depois do veganismo, o que você pode compartilhar a partir da sua experiência de vida? E quais conselhos você oferece a um atleta que quer iniciar no veganismo?


GUILHERME: Quando eu fui me tornar um atleta profissional Vegano... Primeiramente, quando fui me tornar vegetariano eu tinha um medo muito grande de perda de rendimento, de força, de não ter mais a mesma capacidade aeróbica, e tanto que no começo eu também tinha muito medo da aceitação, de como isso seria visto no mundo do futebol, que é um mundo muito conservador, tradicional. Então, no começo eu sempre falava que tinha alergia, que não gostava, que não me fazia bem e que não podia comer. Mas aí, com o tempo, fui descobrindo que eu não tenho que ter vergonha de ter compaixão pelos animais e de querer o bem para eles, que o amor e a vontade de fazer o melhor nunca deve ser motivo de vergonha ou de medo para expressar as suas escolhas. E o que eu posso dizer é que a minha primeira transição, que foi quando eu me tornei vegetariano, eu senti muitas diferenças no meu corpo. Na primeira semana, foi um pouquinho difícil de me adaptar, me senti um pouco estranho. Na segunda, eu comecei a me sentir muito melhor, mais leve, mas ainda sentia bastante algumas questões que eu achava que poderia não sentir mais. Agora, quando eu me tornei Vegano mesmo, para mim foi uma diferença absurda, não existe comparação, porque quando você tira os laticínios da sua vida e o próprio ovo, para mim, fez uma diferença incrível. Minha taxa de gordura corporal diminuiu, minha massa muscular magra aumentou, meus desempenhos nos treinos melhoraram, eu parei de sentir dores físicas o tempo todo, parei de ter que fazer tratamentos no fisioterapeuta e nas massagens depois de todos os treinos, como eu sempre fazia. Tanto que o meu fisioterapeuta até brincou “Nossa Gui, eu não vou falar nada dessa dieta não porque eu não estou mais vendo você na sala da fisio, ter que ficar se recuperando, fazendo mil massagens e sempre cansado”. E eu era sempre o primeiro a chegar e o último a sair sempre com um desempenho muito bom. A gente faz um controle físico todos os anos, e depois que eu virei Vegano, todos os meus testes físicos melhoraram, inclusive os exames de sangue. Então, tudo foi feito com muito cuidado para eu saber me alimentar da melhor maneira, e até acompanhado por um nutricionista. Eu só tive melhoras, até mesmo fora do mundo profissional, em relação a minha pele, a oleosidade, até mesmo a aparência. Você está sempre muito mais disposto, com muito mais energia, precisando de muito menos tempo para se recuperar. Então, para mim, basicamente, essas foram as mudanças bem significativas que ocorreram quando eu decidi me tornar Vegano. A minha dica para atletas profissionais ou amadores que queiram arriscar nesse mundo é: deem uma tentativa, fiquem 3 semanas sem comer nada de origem animal, não vale comer um pouquinho porque vocês não vão sentir os efeitos totais, então, fiquem 3 semanas veganos e vejam como o corpo vai reagir, e, claro, procurem um nutricionista e alguém que vai capacitar a ter uma alimentação boa para vocês apenas terem melhoras e não sentirem nenhum desconforto ou nenhum ponto negativo.



TAIARA: Você já morou em diversos países e até fala vários idiomas como inglês, finlandês, espanhol, italiano, alemão e português. Como foi lidar com o veganismo em todos esses lugares e em culturas diferentes?


GUILHERME: Bom, realmente já passei por muitos países, conheço quase 30 e alguns deles eu conheci já vegano. A aceitação do veganismo fora do Brasil é um pouco melhor, pelas pessoas e até mesmo pelos atletas, eles veem algo como motivo de admiração e com respeito. Aqui no Brasil ainda vejo bastante dificuldade de aceitação quando você fala, uma grande vontade das pessoas ficarem se justificando por ainda comerem carne mesmo sem você ter perguntado nada, ou dando sempre justificativas que eu até já usei também, ou por questões de saúde, de hábitos, por conveniência ou simplesmente pelo sabor, que é a principal causa do consumo. Então a aceitação fora do Brasil sempre foi um pouco melhor do que aqui, aqui ainda existe uma certa crítica quando você fala e um certo ar de “Ah não, isso é radical demais, e você tá errado e eu tô certo”, um ar de incômodo, e lá fora é mais um ar de “Nossa, você tem razão, mas eu ainda não consegui mudar minha alimentação”. E em relação ao mundo, aqui em São Paulo é muito bom em questão de Delivery, pizzaria, restaurantes, tem muita opção com muitas coisas muito gostosas, agora, lá fora, tem muito mais opção nos supermercados com preços muito mais acessíveis e com mil opções, então essa é também uma grande diferença.



TAIARA: Você não perde a oportunidade de difundir o veganismo tanto pela causa animal como pela saúde. Conta como essa escolha mudou a sua vida em todos os sentidos, não apenas no esporte.


GUILHERME: No começo, quando eu decidi virar vegano eu sempre procurei não levantar tanto essa bandeira, queria muito conhecer, ver, testar em mim, ter bastante propriedade, estudar bastante, me preparar bastante e respeitar muito os meus sentimentos. E conforme eu fui me preparando, hoje eu tenho uma palestra que eu falo sobre o veganismo, já participei do VegFest, de alguns eventos e entrevistas, hoje eu levanto sim essa bandeira, porque hoje eu consigo falar com propriedade de alguém que é atleta, que já é há um bom tempo, que tem experiência e estudou bastante sobre o tema, então sim, eu levanto bastante essa bandeira, e como só me trouxe benefícios, acho que é uma das causas mais fáceis de se defender porque você não tem nenhum ponto contraditório ou que justifique de forma plausível o consumo, então, fica de certa forma até fácil defender. Sempre existirão as questões éticas e opiniões diferentes, mas é uma causa muito bem fundamentada que eu me identifico demais. O veganismo veio em consequência de algumas mudanças, o veganismo me trouxe muitas mudanças de como eu vejo as coisas hoje com mais compaixão, principalmente em relação a todos os indivíduos e os seres, então eu sempre procuro olhar para os outros e para os animais fazendo aquela pergunta: “Eu gostaria que fizessem comigo o que eu estou fazendo?”, e é mais ou menos como eu baseio a minha vida. O veganismo entrou depois de uma grande decepção que eu sofri, de um grande problema pessoal que eu tive, fiquei uns 4 meses muito mal, e até depressivo. Foi um momento que eu comecei a meditar, isso faz mais de 3 anos, e me reconectar comigo mesmo e com a natureza e, nesse processo, me apareceu o veganismo e fez total sentido. Então eu acho que não só o veganismo me levou para essa parte mais altruísta, para essa parte mais conectada com a natureza e com essa sensibilidade mais aflorada, como também o fato de eu ter me conectado mais comigo me levou ao veganismo.



TAIARA: Você é um atleta que foge do padrão, além de jogador de futebol profissional você fez vários cursos, é vegano, reikiano, medita, pratica Yoga, já fez curso de massagem, e tudo isso mostra que você sempre busca o cuidado não apenas com o físico, mas também com a mente, espírito, coração. O que você pode compartilhar com os leitores sobre esses cuidados pessoais?


GUILHERME: Acredito que hoje com a experiência que eu tenho em relação ao desempenho físico, eu consigo afirmar que é um pilar de corpo, mente e espírito. Então, por exemplo, se você olhar só para uma parte física, só por uma parte de desempenho profissional, um pilar de alimentação, treino e mente é um outro pilar. Eu acredito que nada é independente, tudo está totalmente relacionado. Eu tenho certeza que é possível você ter um desempenho excelente tendo uma alimentação e um estilo de vida vegano. Acredito sim que é possível fazer as coisas sem ter que machucar ninguém ou passar por cima de ninguém, e acredito muito no princípio de que o que dermos e que plantarmos, vamos colher e receber. Então, eu acho que toda essa conexão com a Yoga, com a meditação, com o contato com o meu “eu”, com a natureza, com esse respeito e altruísmo tanto com a natureza e com os animais, me permitiram descobrir realmente quem eu sou, quais são as minhas essências, me aceitar e também saber quais pontos eu preciso trabalhar em mim, e ir trabalhando com eles aos poucos.


Então, eu costumo dizer que um jogador de futebol é 60% confiança, 20% técnica e 20% treino, a técnica você adquire treinando, mas os 60% de confiança é a confiança de você com você mesmo, dos seus companheiros em você, do técnico e da torcida em você, então se você tem todo o resto e não tem essa confiança, não tem essa mente bem trabalhada, você não tem nada. Então eu acredito que com esses trabalhos, você se conectando, desde a sua alimentação, desde como você se sente, se respeitar e se conhecer, permitem que você atinja níveis mais profundos e mais consolidados desse poder da mente, te permitem chegar mais longe e ter mais capacidade. Eu conheço muitos atletas, muito bons que não conseguiram chegar longe por não conseguirem trabalhar a mente, por não terem uma boa instrução, ou porque se perderam no caminho, então isso é muito importante. Hoje os atletas que mais se destacam entram em campo com uma confiança inabalável, é impressionante, pode acontecer o que for, que eles ainda acreditam serem os melhores e por isso que eles são os melhores, porque podem ter 60 mil pessoas gritando o contrário que eles estão lá tranquilos fazendo o melhor deles, e quando isso se abala, existem as mudanças, aquele atleta que estava jogando muito bem agora está jogando muito mal, é muito difícil que isso seja por um fator físico ou por um fator técnico.




TAIARA: Por fim, qual mensagem você gostaria de deixar para o mundo?

GUILHERME: Gostaria de agradecer mais uma vez a oportunidade de ter dado essa entrevista, de falar um pouquinho da minha visão de mundo. E se eu pudesse deixar uma mensagem para o mundo, pediria para que todos começassem a respeitar um pouco mais as suas vontades, e parar de se preocuparem tanto com o que os outros vão pensar, ou qual vai ser o seu nível de aceitação perante a sociedade, porque uma vez que a gente se conecta com a gente, acaba parando de se preocupar tanto com o que os outros pensam e a gente acaba sendo mais verdadeiros com nós mesmos, e isso nos traz uma paz muito boa e uma leveza muito grande pra gente seguir. Porque a gente sabe que está respeitando o nosso coração e que não estamos vestindo todos os dias personalidades diferentes para enfrentar o mundo. Então se eu tenho uma sugestão para dar, não é vire Vegano, é simplesmente se conecte com você mesmo! Eu utilizei da meditação e acredito que a meditação é a melhor forma de encontrar e o resto vai vir com muita facilidade e tudo vai fazer muito mais sentido. Então, mundo, seja fiel ao seu coração, às suas emoções, respeite seus sentimentos e quem você é acima de tudo, e faça ao outro o que gostaria que fizessem contigo porque tudo isso une regiões, raças, diferenças de pensamento. É isso, muito obrigado mais uma vez, um beijo!




PODCAST: ESCUTE O BATE PAPO COMPLETO NO VÍDEO ABAIXO.


A cada entrevista que compartilho aqui com vocês fico ainda mais feliz, afinal, é tão bom sentir tanta energia positiva e ver quanto amor existe espalhado pelo mundo. Assim como tantos outros convidados que já passaram por aqui, pude perceber a sintonia que há entre os nossos pensamentos, alegra-me sentir essa harmonia e poder trazer esse conteúdo cheio de afeto para vocês.


Gratidão, Guilherme, por dividir conosco tanto amor, paz e carinho em suas palavras. Desejo Felicidade Genuína e que toda essa energia positiva se multiplique em nossas vidas.


Por fim, espero que vocês tenham gostado do nosso bate papo, e também sugiro que acompanhem Guilherme Fioravanti através do seu perfil no Instagram @guilhermefioravanti.

Namastê!

Taiara Desirée

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